O que é pancreatite?
Segundo Farreras et al, definimos pancreatite como sendo um processo inflamatório do pâncreas, que pode ser agudo ou crônico. Ambos processos apresentam suas próprias características clínicas, prognósticos e tratamentos, tendo que ser encaradas como entidades distintas. O mesmo autor, ressalta que esta divisão em aguda e crônica, sofreu modificações nos últimos anos com a inclusão de um novo tipo de pancreatite, a autoimune. Este tipo de pancreatite, apresenta um tempo de evolução similar a uma pancreatite crônica, entretanto, sua apresentação clínica, prognóstico e tratamento, são distintos desta.
Pancreatite aguda por Hipertrigliceridemia (PAH)
A pancreatite aguda, é um processo inflamatório agudo do pâncreas secundário a ativação intra parenquimatosa das proteasas pancreáticas. Muitos são os fatores etiológicos da pancreatite aguda, sendo os principais aquelas associadas a litíase biliar e álcool. Entretanto, em cerca de 1 a 4% dos casos, a etiologia é por hipertrigliceridemia. Se define que é necessário um nível mínimo de 1000mg/dL de triglicerídeos para produzir pancreatite, entretanto, há relatos de casos em que valores a partir de 800mg/dL, já desencadeavam uma resposta pancreática.
O quadro clínico de pancreatite aguda é similar, independente da etiologia, dor aguda intensa e constante em abdome superior ou nas costas que piora quando em decúbito dorsal, náusea, vômitos, febre, taquicardia e, ocasionalmente, hipóxia. O diagnóstico costuma ser confirmado pelo achado de uma elevação de 3 vezes ou mais no nível de amilase e/ou lipase. Além disso, podemos encontrar valor de hematócrito > 44%, denotando uma acentuada hemoconcentração.
Estadificar a doença é importante
A identificação de pacientes com mal prognóstico na pancreatite aguda é de grande importância, pois ajuda a tomar as medidas corretas de acordo com cada caso. os escores mais utilizados são os de Apache II e Ranson. Este é aplicado com maior frequência durante na prática clínica, enquanto que Apache II é mais indicado para uso em trabalhos científicos e UTIs.
Outro importante medidor do prognóstico é o critério de Balthazar que avalia parâmetros de TC. Com este, podemos medir o aspecto do parênquima hepático, a presença de coleções e a porcentagem de necrose.
Tratamento
A base do tratamento na pancreatite é a restrição da alimentação. O objetivo principal nas pancreatites por hipertrigliceridemia é baixar os níveis séricos de triglicerídeo com o uso de fibratos. Além destes, alguns trabalhos propõe o uso de insulina regular e heparina subcutânea, que demonstraram melhoras no desempenho da LPL (Lipase lipoproteica). As modificações na LPL indicam ser um dos responsáveis da fisiopatologia da pancreatite hipertrigliceridemica. Devemos agregar ao tratamento dos quadros de PAH, reposição volêmica acentuada.
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